15 de outubro de 2007

Ilusão

Vejo-te passear pelo jardim
apreciar com indolência as orquídeas
sentir o perfume das rosas
negligenciando (conscientemente?)
o que há além dos muros
desse mosteiro onírico
que edificou para se afastar
do doloroso mundo

Na inocência que optou
vive sozinho numa mentira
que a só você engana
e em que só você acredita

Criou um lugar fantástico
com algo de belo e utópico
e um quê de decadente e trágico
nele se conforta e se protege
pôs no limite desse delírio
muros que o deixam inviolável

E assim prossegue seus dias
ignorando o suplício do real
e sendo absorvido pelo paraíso
que sua própria mente
tão necessitada de um placebo
construiu e te mergulhou

*****

Considerações finais: Devia estar estudando, fazendo algum dos milhares de trabalhos que tenho para fazer da faculdade ou, no mínimo, estar lendo o jornal para me atualizar. Ao invés disso, estou eu aqui no pc fazendo literatura - que porcaria! Tantos momentos de ócio em que não vem inspiração alguma e logo quando eu tenho obrigações surge essa ânsia criadora. É nessas horas que tenho raiva do meu hobby.

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