13 de dezembro de 2007

Carta de uma criança ao Papai Noel

Querido Papai Noel,
Neste natal, eu quero ganhar um Playstation 3 com vários CDs. Caso os duendes não consigam fazer ele, como daquela vez em que pedi um Nintendo DS e você teve que me dar uma bola de futebol por causa daqueles nanicos preguiçosos, você pode me dar um computador novo, porque o meu está velho.
Ah, e não deixe roupas na casa da tia Mônica e da tia Eulália de novo este ano, e nem Lego na casa do vovô Alfredo... se deixar algo lá, deixa pelo menos deixe os DVDs completos do Naruto, ia ser legal! Porque esse negócio de ganhar roupa é um porre e lego é muito chato, não sei como meu pai e meus primos conseguiam brincar com aquilo!
Meu irmãozinho não sabe escrever ainda, tá no maternal apenas. Papai e mamãe pediram pra eu escrever por ele, por isso estou pedindo que você traga uns carrinhos da Hot Wheels pra ele, que ele quer muito, ou então uma pista maneira que nem aquelas que passam na TV nos comerciais!
Um grande beijo, papai Noel!
Vítor Augusto.

4 de dezembro de 2007

"Teu Fascista!"


É engraçado notar como, no nosso imaginário político, o “nazismo” e o “fascismo” se tornaram meros atributos depreciativos, deixando de serem concepções ideológicas propriamente ditas. Isso se torna evidente no Orkut: em várias comunidades e tópicos de discussão sobre política e sociedade, os termos “fascista” e, principalmente, “nazista”, são de uso recorrente para desqualificar certas doutrinas.
Diversas vezes, ao ler discussões em fóruns pelo Orkut, li comentários em que pessoas taxavam de “fascista” aquilo que discordavam – como numa vez em que um certo indivíduo chamou o Tropa de Elite de “filmezinho fascista”. Também já constatei o uso da palavra “nazista” para desmoralizar certas correntes políticas, principalmente as de esquerda.
Aliás, é no debate exaltado entre “esquerdistas” e “direitistas” (em aspas mesmo, dada a relatividade dos termos) que os termos são mais usados. Os “direitistas” dizem que o nazismo é de esquerda, que Stalin era parecido com Hitler, e coisas do gênero; os “esquerdistas” classificam as medidas dos “governantes direitistas” e o conteúdo de algumas obras literárias ou cinematográficas como fascistas.
Creio ser o mais intrigante são as comparações do número de mortes provocados pelos sistemas capitalistas/socialistas do mundo com o número de mortos feitos pelos governos nazi-fascistas. É como se os regimes de Hitler e de Mussolini fossem a expressão na História humana de maldade e da carnificina e uma espécie de referencial para se medir o quão cruel são os demais tipos de governo. E também é como se fosse a “crueldade” de um regime algo que se refletisse em números de mortes.
Os termos “nazista” e “fascista” têm perdido o seu sentido original e real, sendo utilizados para atribuir maldade nos discussões sobre política. O nazismo e o fascismo deixaram de serem ideologias complexas e com diversas particularidades para se tornarem meros recursos retóricos que visam a demonização.
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Considerações Finais:
Criei esse texto uns poucos dias atrás. O escrevi como tentativa de voltar à velha forma já que faz muito tempo que não escrevo nada de novo. Está longe do meu padrão de qualidade habitual - que realisticamente não julgo que seja alto, mas enfim, não está de todo mal.