19 de agosto de 2013

Ao otimismo de julho de 2013



Nas ruas e nas praças 
Marcadas de sangue 
Imperava um silêncio fúnebre e negligente 
Tão incômodo aos meus ouvidos 

Saí, então, sozinho à rua 
E marchei e gritei 
Um grito convocatório 
De pronto atendido 
Por outras vozes tímidas 

A cada passo da marcha, 
Mais calados ouvem o clamor 
E muitos, envergonhados de sua mudez, 
Juntam-se à marcha-coral 
E gritam comigo em uníssono 

Logo chegará o momento 
Que seremos tantos em marcha 
Que nosso grito reverberará 
Por morros e pelo planalto 
Comprometendo estruturas palacianas 
E daí então 
Ninguém haverá como alguém dizer 
Que não fomos ouvidos