20 de julho de 2017

Eu sou a pedra de Sísifo
O globo de Atlas
O reflexo de Narciso
A fome e a sede de Tântalo
A águia de Prometeu

Cada suplício
Toda queda

Desabafo do pedestre

Cada vez que viro a rua 
Dobro a minha culpa 

Todo passo é descuidado 
E encontra concreto fresco 
Deixando a marca da pegada 
De modo a todos lembrar 
Que ali um dia pisei 

Se não posso voar 
Sigo meu curso caminhando 
Pisando, pisando e pisando 
- A inevitável crueldade dos pés!