17 de janeiro de 2018

O Grande Pai queria roubar
 Da querida Pátria Mãe Gentil
 Aquilo de que sua nobre prole
 Deleitava-se

 Os irmãos nobres convocaram
 Todos os nobres filhos à luta
 E atendeu ao chamado
 Uma pobre prole (proletária)

 Com afincou treinou
 Com amor lutou
 Para liquidar o Grande Pai
 E retornar para dormir
 Numa cama da Pátria Mãe Gentil

 A pobre prole (proletária)
 Matou o Grande Pai
 E ascendeu à nobreza
 Com títulos inventados por seus irmãos
 E amou como nunca
 A Pátria Mãe Gentil

 Envelheceu a agora nobre prole
 Sob a culpa
 Pois amava sem saber
 O odiado Grande Pai

 Envelheceu a sempre nobre prole
 Esquecendo-se dos títulos que deu
 E chamando a pobre prole
 De acomodada

 A Pátria Mãe Ingrata
 Agradeceu a novamente pobre prole
 Prometendo-lhe uma pensão
 Que jamais pagou

 ****

 Considerações finais: enquanto procurava pelo computador uns arquivos para minha pesquisa doutoral, encontrei alguns textos antigos meus que jamais publiquei e sequer lembrava de ter escrito. Vou tentar publicar material esquecido e perdido nas próximas semanas. Alguns já não traduzem mais o que sinto, sou e penso. Mas em algum momento do passado, expressavam aquilo que fui e que, de certa forma, propiciaram para eu viesse a estar onde e como estou hoje. 

De acordo com o meu computador, esse arquivo foi modificado pela última vez em setembro de 2012.