12 de fevereiro de 2008

Acorde!



Perante o corpo estático
de face pálida, lábios roxos
esboçando um sutil sorriso
e pálpebras repousadas -
como se, vivo, dormisse
e, dormindo, sonhasse
e, no sonho, se deliciasse
- Paraliso-me perturbado

Ah, revoltante paz!
Da tumba que agora jaz
desejo mandar-te levantar
ordenar aos berros que acorde

Mas nada faço
apenas, parado,
fito com olhar perdido
o tranqüilo finado

*****

Comentário Final: Os leitores de mais longa data já devem estar estranhando a quantidade de poesias que venho postando ultimamente e, quem sabe?, até sentindo saudades das minhas crônicas e contos - isto é, se sentem algum tipo de saudade do que coloco aqui no Textando. Esclarecendo a inusitada situação: embora ainda tenha inspiração para a prosa, não tenho conseguido inspiração para terminar as que começo; por outro lado, a inspiração para os versos, apesar de não ser tão intensa e frequente quanto é para contos e crônicas, ainda assim é suficientemente animadora para me fazer conseguir terminá-la. Afinal, é menos demorado um poema do que um texto em prosa, não?

Bem, sobre a poesia acima em específico, não gostaria de falar muito sobre ela. Só basta ao leitor saber que se trata de uma memória um pouco envelhecida, coisa de um ano e pouco mais ou menos, mas ainda muito forte na minha mente. Já escrevi sobre a experiência na crônica O Cadáver no Caixão. Espero que gostem dela.

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